1. ANOS INICIAIS
Professores dos anos iniciais
Todos os alunos são encaminhados para a sala de multimídia, onde são recebidos pelas professoras Joana e Célia. É feito um combinado entre professores e alunos quanto à forma adequada de participar das atividades a serem desenvolvidas:
Primeiramente todos devem se sentar em silêncio, com os braços cruzados e pernas “de índio”, sem se comunicar com os outros nem fazer questionamentos, até o final da exibição do vídeo.
Tem início, então, a exibição da animação de Maurício de Souza “Os Azuis”, da Turma da Mônica. O vídeo é exibido em datashow, propositalmente sem áudio.
Nesse momento, é visível o mal-estar dos alunos, que percebem que não há som, mas não podem falar e nem se mexer.
O objetivo é que eles percebam a dificuldade que um deficiente auditivo e/ou físico enfrenta no convívio com o outro e ao realizar atividades no seu cotidiano.
O vídeo mostra a personagem Mônica levantando pela manhã, abrindo a janela, olhando-se num espelho e saindo feliz para a rua, ao encontro de seus amigos. Primeiramente encontra Cebolinha, que para sua surpresa está com a pele azul. Ela estranha sua aparência, mas Cebolinha responde que aquela é sua cor e que quem está diferente é Mônica. Chegam Cascão, Franjinha e sua melhor amiga Magali, todos azuis, também. Ao verem Mônica diferente, vão embora, deixando-a sozinha e triste. Mônica não entende o que está acontecendo e é evitada por todos da cidade, acabando perseguida pela polícia. Até um cego, que inicialmente mostra-se solidário a ela, foge ao descobrir que ela não era azul.
Mônica encontra amizade apenas na figura do cãozinho Bidu. Ela conversa com ele, desabafando sua tristeza, dizendo que não azul como eles, mas tinha os mesmos sentimentos. Bidu a acompanha até em casa, lá Mônica percebe que sua mãe também está azul e ao passar em frente ao espelho, ouve uma voz que explica que aquele era um portal, que por um erro em uma experiência ela estava ali, porém retornaria para sua dimensão em uma fração de segundo. O espelho desaparece e Mônica reencontra, feliz, sua mãe, seus amigos Magali, Cebolinha, Cascão, Franjinha e Pelezinho e tudo volta ao normal.
Após a exibição há uma abordagem do assunto, em que todos têm a oportunidade de exprimir suas opiniões e, mediados pelas professoras, levados a refletir sobre a diversidade e as dificuldades que todos nós podemos ter ao nos sentirmos excluídos de um grupo ou uma atividade. Nesse momento, é contada a história dos sete cegos que encontram um elefante no meio do caminho. Ao tatear partes do elefante, cada um tinha uma idéia do que poderia ser: a perna seria um tronco de árvore, o rabo, uma corda, o corpo, uma parede e assim por diante. Eles começam uma discussão, o elefante vai embora, e não chegam a nenhuma conclusão, pois nenhum deles tem a noção do todo.
O vídeo é novamente exibido, desta vez com som. Retoma-se a reflexão, com ênfase na importância da participação efetiva de todos na sociedade, as implicações da convivência em grupo e a importância do respeito, da harmonia e da participação solidária que cada um pode ter para a inclusão de todas as pessoas no convívio social, independente de cor, etnia, credo ou necessidades especiais.
A atividade se encerra com a proposta de que os alunos produzam uma frase ou desenho sobre a dinâmica realizada e sobre o que aprenderam com ela.
2. ANOS FINAIS
Professores - Anos Finais
As atividades foram divididas em quatro momentos: dinâmica de grupo, dinâmica com o clipe, reflexão e, ao término, escrita de frases para compor um painel na escola e no blog. Todos os alunos participam de simulação de uma Necessidade Especial (física, auditiva ou visual). Aqueles que fazem a simulação de deficiência física terão que auxiliar os de deficiência visual e auditiva e vice-versa. Durante o processo, caminham pelo pátio da escola, corredores e salas. Depois, são divididos em dois grupos. Um dos grupos vai para a sala de vídeo e o outro para a sala de coordenação, onde é feita a dinâmica de grupo.
Trabalho com o vídeo Carlinhos
Os alunos que simulam deficiência física, orientados pela Professora Joana Montes, assistem ao vídeo ao lado dos que estão com vendas nos olhos sem manifestar opinião do que estão vendo. Quando termina, cada um fala sobre suas impressões do clipe, de forma que os que estão vendados possam ter o máximo de detalhes. Num terceiro momento, já com todo o grupo reunido, sem vendas nos olhos e sem as faixas de imobilização física, todos assistem novamente, para, logo após, colocar a suas opiniões sobre o que sentiram durante a simulação e falar de suas vivências cotidianas sobre o assunto.
O vídeo é de uma propaganda sobre síndrome de Down, Carlinhos, com a música “Fake Plastic Trees” (Falsas árvores de plástico), do grupo Radiohead. O comercial, veiculado em 1998, foi feito pela DM9DDB (agência de publicidade brasileira) para o Instituto MetaSocial. Foi premiado com o Leão de Bronze, no Festival de Cannes, em Nova York, e com o Profissionais do Ano, da Rede Globo.
Inicia-se com a imagem de luzes cintilando e fios elétricos pendurados. No canto direito, aparece a cabeça de um animal, um cavalo. Mas não é de verdade, pode ser de madeira ou acrílico. Faz parte de um carrossel, provavelmente num parque de diversões. De repente, aparecem duas crianças que riem, estão felizes. Uma delas é o Carlinhos. Embaixo, aparece uma frase "Carlinhos vai à escola todos os dias, mas o amigo não". As letras somem e nas cenas conversam e brincam girando no carrossel. Eis que surge, outra frase - Carlinhos faz natação, mas o amigo dele não -, concomitantemente com a felicidade das crianças de estarem ali, juntas. Logo após, aparece escrito "Carlinhos tem aulas de piano, mas o amigo não". E, por fim, Carlinhos é a criança com síndrome de Down; o amigo, um menino de rua.
O comercial termina com um alerta contra o preconceito. Ressalta que muitos precisam da nossa ajuda, porém as crianças com Down necessitam do nosso respeito.
Os paradigmas enraizados fazem com que o ser não enxergue o outro como semelhante. Os meninos de rua, assim como os de síndrome de Down ou qualquer outra necessidade especial são de responsabilidade da sociedade e merecem empenho no sentido de transformar o quadro de exclusão social que se observa no mundo.